O Itamaraty alertou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Coaf, órgão de combate à lavagem de dinheiro, sobre o aumento de transações financeiras ilegais no mundo em meio à pandemia do novo coronavírus. Informações repassadas por autoridades belgas ao Ministério das Relações Exteriores apontam que organizações criminosas têm utilizado empresas fragilizadas com a crise e o sistema bancário para movimentar dinheiro sujo.
De acordo com o documento, boa parte desse esquema tem sido arquitetada por cartéis de drogas que têm escolhido empresas de setores como construção civil, limpeza industrial e transporte de mercadorias para repassar o dinheiro arrecadado com o tráfico. Como o Brasil é uma das principais rotas utilizadas por criminosos na América Latina, a Abin e Coaf foram alertados a monitorar determinados segmentos.
“O governo belga avalia, portanto, ser necessário reforçar a fiscalização de empresas fortemente afetadas pela crise e que, no entanto, geram fluxos financeiros significativos sem poder justificá-los do ponto de vista econômico”, relatou a divisão de combate ao crime transnacional do Itamaraty.
Outra forma que organizações criminosas têm adotado para lavar dinheiro em meio à pandemia são os financiamentos coletivos virtuais. Para as autoridades belgas, esse seria outro meio pelo qual é possível movimentar recursos sem chamar muita atenção dos investigadores.