Escolas públicas voltam às aulas 100% presenciais no DF

As aulas 100% presenciais nos colégios da rede pública do Distrito Federal começaram nesta quarta-feira (3). De acordo com a Secretaria de Educação, cerca de 460 mil alunos deveriam estar em sala de aula para finalizar o ano letivo de 2021, mas algumas escolas não abriram as portas.

Desde agosto, com a volta às aulas na modalidade híbrida, que alterna o ensino remoto e o presencial, os estudantes da rede pública tiveram 33 dias letivos presenciais. A partir desta quarta-feira, serão mais 30 dias de aulas até o fim do ano, nas 686 unidades de ensino da capital.

No entanto, a volta 100% presencial não foi bem recebida pelo Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), que paralisou parte das atividades pela manhã. De acordo com o diretor da entidade, Samuel Fernandes, o retorno integral “coloca em risco a vida de professores, alunos e de toda comunidade escolar”.

“O governo precisa conhecer melhor a realidade das escolas. Não tem a menor condição do retorno 100% presencial com salas superlotadas, sem ventilação adequada e sem os alunos estarem vacinados”, afirma Samuel Fernandes.

Ainda de acordo com o Sinpro, ao menos 14 escolas do DF aderiram à paralisação e não abriram as portas nesta quarta-feira. O sindicato organizou um ato de protesto, por volta das 9h, no Setor Comercial Sul.

O que diz a secretaria

Para a secretária de educação do DF, Hélvia Paranaguá, há uma necessidade urgente da retomada, visando o bom desenvolvimento educacional e pedagógico dos estudantes.

“Nossos jovens passaram por um período muito difícil durante a pandemia, e agora chegou a hora de recuperar as perdas. Não temos um minuto a perder”, afirma a secretária.

A Secretaria de Educação informou que vai cortar o ponto dos professores que não compareceram ao trabalho neste primeiro dia de retorno 100% presencial. “Nós estamos acreditando num retorno massivo da rede. A família precisa. O estudante necessita estar presente na escola o tempo todo. Hoje a situação é que o estudante fica cinco dias na escola e nove em casa, e isso não é o ideal para a educação”, diz Hélvia Paranaguá.

De acordo com a pasta, todos os professores da rede pública de ensino do DF já foram imunizados com as duas doses da vacina contra Covid-19. A campanha de vacinação do DF também está imunizando adolescentes de 12 a 17 anos.

É seguro?

A jornalista Marcela Patarelli tem três filhos na rede pública de ensino da capital. Ela também acredita que o governo “foi precipitado” em determinar aulas 100% presenciais neste momento.

“Nós estamos a dois meses de acabar o ano letivo, e essa volta compromete o ensino. Porque os professores vão querer colocar algumas coisas que não deram para ser passadas até este ano. Eu acredito que deveria ter mantido a forma hibrida que estava. E somente o ano que vem, começar com a forma normal, com todos os alunos na escola”, diz a mãe.

Já a infectologista Ana Helena Germoglio avalia que as aulas presenciais podem ser retomadas com segurança, desde que as medidas de prevenção contra a Covid-19 não sejam deixadas de lado.

Preparação das escolas

Segundo a determinação do GDF, os colégios vão passar a ter a mesma quantidade de alunos que tinham antes da pandemia. No entanto, as escolas terão que seguir algumas regras como:

  • Exigir o uso obrigatório da máscara dentro da escola, mesmo em áreas abertas;
  • A temperatura deve continuar sendo monitorada na entrada;
  • A escola deve escalonar horários de intervalo, refeições, entrada e saída, bem como de horários de utilização de ginásios, bibliotecas, pátios e parquinhos;
  • Alunos têm que manter o distanciamento de no mínimo um metro nos corredores e áreas de lazer.

Adaptações

Em Planaltina, o Caic Assis Chateaubriand precisou de adaptações para receber os estudantes.

No refeitório do colégio, as mesas foram separadas para manter o distanciamento social e só poderão sentar até quatro alunos por vez para fazer a refeição diária.

Segundo o diretor da escola, Luiz Claudio Campos, mesmo com toda a preparação, ainda há preocupação com o retorno, já que o colégio tem mais de 1.217 alunos nos dois turnos.

“Nós estamos tendo que manter uma organização sanitária dentro da escola. E essa organização não está sendo fácil, porque nem todos os colégios possuem mecanismos e verbas para que a gente mantenha recipientes com álcool gel líquido, lavatórios com sabão e toalhinhas”, explica o diretor do Caic Planaltina.

by: LUCAS SANTANA

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