O ano de 2021 termina com leve alta da confiança dos consumidores brasileiros em dezembro devido a uma melhora das expectativas, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas nesta quarta-feira. Apesar disso, ainda há uma lacuna entre a confiança dos mais pobres e das fatias de maior renda.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV registrou em novembro ganho de 0,6 ponto, chegando a 75,5 pontos.
O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 1,3 ponto, a 65,6 pontos, mas esse resultado negativo foi compensado pelo ganho de 2,0 pontos do Índice de Expectativas (IE), para 83,4 pontos.
“Foi um ano difícil para os consumidores, principalmente para os de menor poder aquisitivo”, explicou em nota a coordenadora das sondagens, Viviane Seda Bittencourt.
“O descolamento entre a confiança dos consumidores de baixa renda dos de alta renda atingiu o maior nível da série dos últimos 17 anos, principalmente em função da dificuldade financeira dos consumidores de menor nível de renda diante do quadro de desemprego, inflação elevada e aumento do endividamento.”
Cenário ruim para 2022
Entre os economistas, a expectativa é que as dificuldades continuem em 2022, em meio a projeções de crescimento baixo (ou zero) do Produto Interno Bruto (PIB) e desemprego caindo muito lentamente.
Segundo pesquisa EXAME/IDEIA realizada no começo de dezembro, mais da metade da população acha que a economia brasileira vai piorar em 2022 ou será igual a 2021. Menos de um terço aposta numa melhora para o próximo ano, enquanto 18% não arrisca um palpite sobre os rumos da economia brasileira.
No rol de preocupações que tiram o sono dos brasileiros, a maior delas é o desemprego. De acordo com a pesquisa EXAME/IDEIA, para 29% dos brasileiros esse é o maior desafio que o país precisa enfrentar em 2022.
Além da taxa de desemprego em 12,5%, dados do Ipea divulgados nesta semana mostram que, neste grupo, um terço dos desempregados está procurando emprego há dois anos ou mais, um recorde na série histórica brasileira e que mostra a intensidade da crise, para além de um problema passageiro.
“2022 será um ano desafiador tanto para a melhora da confiança geral quanto para a diminuição da desigualdade na percepção dos desafios econômicos por famílias com diferentes níveis de renda”, disse Bittencourt, da FGV.
Fonte: Exame