Após 10 anos tentando ter filhos, um casal do Distrito Federal teve uma surpresa neste fim de ano: uma gravidez de quadrigêmeos, por meio de fertilização in vitro (entenda abaixo). “Um sonho que a gente queria tanto por tanto tempo e se realizou ao quadrado”, diz a gestante Rayane Gebrim.
O pai, o empresário João Nogueira, também comemora a aproximação do sonho: “A única coisa que eu peço é muita saúde mesmo, para abençoar, para virem os quatro muito bem, com muita saúde. Eu acho que é o mais importante, o restante a gente ajeita”.
LEIA TAMBÉM:
O casal descobriu a gestação há cerca de dois meses. Eles tinham problemas de fertilidade e, na última década, fizeram diversos tratamentos para ter filhos. Mesmo com a esperança de alcançar o resultado, eles não esperavam a possibilidade de quatro bebês. A surpresa veio durante um exame de ultrassonografia.
“Dava pra ver três bolinhas né? Aí o doutor falou: ‘Eu tenho uma surpresa’. Eu já imaginei que seriam três. Aí [o médico] foi contando até que chegou no quarto, que estava um pouco mais escondido”, completa o pai.
Apesar do medo pela gravidez de risco, Rayane diz que ficou mais tranquila após uma conversa com o médico que a acompanha. “A medicina está bem avançada e a gente está seguindo todos os protocolos, de eclâmpsia, de prematuridade do bebê. A gente consegue avançar bem com a gestação.”
Fertilização in vitro
A técnica de fertilização in vitro, que funcionou para a família, começa com a estimulação da ovulação na mulher com hormônios, por um período de 8 a 12 dias. Os óvulos maduros são retirados e depois fecundados fora do organismo, em laboratório.
Para o casal, a técnica deu certo na segunda tentativa. “Colocamos dois embriões e aí veio essa surpresa de quatro bebês. Os embriões, eu acredito, se dividiram. O médico ainda não nos deu certeza do que aconteceu, mas acredito mesmo que eles se dividiram”, conta Rayane.
O especialista em fertilidade Vinícius Vherum diz que casos de gêmeos são comuns em casos de fertilização in vitro, mas quadrigêmeos são raros.
“Quando transferimos um embrião, em mais ou menos 1% a 2% dos casos, ele pode se dividir e gerar uma gestação múltipla. Agora, transferir dois embriões e eles se dividirem e ter uma gestação quadrigemelar é muito raro, um pra cada dez mil casos”, explica.
Ainda de acordo com o especialista, esse tipo de gestação é de risco e tem que ser acompanhada com cuidado. “Muitas vezes, ela [gestação] termina prematuramente. Então é relativamente comum ter um nascimento entre 32 e 34 semanas, então [os bebês] devem nascer em uma maternidade que tenha UTI neonatal à disposição.”
Esperança
Rayane diz que está tomando todos os cuidados necessários, com alimentação balanceada, consultas pré-natal semanais e acompanhamento com nutricionista e cardiologista. Ela espera um 2022 bem diferente, com uma família que passará de duas para seis pessoas.
“Com muita alegria na nossa casa, a gente sonhou tanto e agora vai ser o nosso ano, o ano dos nossos bebês. A gente já está planejando tudo, uma rede de apoio mesmo, com os meus pais, com os pais do João, a nossa família mesmo vai ajudar nessa rotina”, diz Rayane.