Após o PT cobrar o comando de uma das principais vitrines da Esplanada, o presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), convidou o ex-governador e senador eleito, Camilo Santana (PT-CE), para assumir o Ministério da Educação.

A decisão de aceitar a pasta só não foi anunciada, formalmente, porque dependia de uma conversa com a atual governadora do Ceará, Izolda Cela, ocorrida na última quinta-feira (15).

Ex-pedetista e hoje sem partido, ela era cotada para chefiar a Educação, mas deverá ocupar a Secretaria de Educação Básica no futuro governo.

A nomeação de Izolda era dada como certa, até o PT do Ceará reivindicar a pasta. A bancada cearense ganhou força após conquistar o governo do estado em primeiro turno, em meio a uma queda de braço com o ex-governador Ciro Gomes (PDT).

Izolda chegou a viajar a Brasília para a cerimônia de diplomação de Lula, até então como mais cotada para função. Na véspera, no entanto, o presidente eleito ouviu restrições a seu nome.

Segundo um aliado do ex-governador cearense, o convite de Lula a Santana foi feito durante uma reunião na segunda-feira (12), em Brasília. Também acompanharam a conversa o deputado federal José Guimarães (PT-CE) e o governador eleito do Ceará, Elmano de Freitas (PT).

Santana viajou nesta quinta (15) a Fortaleza para se reunir com Izolda e discutir a sucessão no MEC.
Lula ainda pode confirmar nos próximos dias novos ministros. Aliados do petista afirmam que parte dos anúncios deve ser feita entre sexta-feira (16) e domingo (18).

Alguns nomes encabeçam as apostas para o ministérios, como o da socióloga Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, para o da Saúde, e o do deputado federal eleito Luiz Marinho (PT-SP) para o do Trabalho.

Procurador da Fazenda Nacional, Jorge Messias está cotado para a AGU (Advocacia-Geral da União), enquanto Vinícius Marques de Carvalho, ex-presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), deverá assumir a CGU (Controladoria-Geral da União).

Também são nomes prováveis para a Esplanada dos Ministérios a deputada federal eleita Marina Silva, ao Ministério do Meio Ambiente, além de Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Silvio Almeida (Direitos Humanos).

Lula convidou o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes, para chefiar o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O petista tem sinalizado a aliados que as costuras políticas e a votação da PEC da Transição na Câmara devem adiar o anúncio final da composição da Esplanada dos Ministérios.

O plano é concentrar anúncios de ministros políticos para depois da aprovação da proposta.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também tenta emplacar aliados no primeiro escalão do futuro governo, segundo relatos feitos à Folha. Ele teria indicado que ampliaria a margem de votos para aprovar a PEC em troca de nomeações ao comando da Saúde, além de apoiar a escolha do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), para o MME (Ministério de Minas e Energia).

As ideias de Lira esbarram nas de Lula, que deseja nomear o senador eleito Renato Filho (MDB-AL), adversário político do presidente da Câmara, ao MME.

Ainda está indefinido o futuro político de alguns aliados de campanha do presidente, como o da senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o de Márcio França (PSB), ex-governador de São Paulo.

França é cotado para a pasta da Cidade ou para o Ministério dos Portos, que pode surgir do desmembramento do Ministério da Infraestrutura.

A emedebista é, por sua vez, cotada para o Desenvolvimento Social. Parte do PT vê risco de entregar o cargo a Tebet e fortalecer uma rival para a disputa presidencial de 2026.

A opção por Camilo e Renan Filho contraria a estratégia definida por Lula de manter senadores eleitos no Congresso. Essa brecha poderá abrir espaço para nomeação do ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), cotado ao Planejamento.

Lula ainda pode nomear o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) para o comando da Infraestrutura. Outro nome avaliado pelo presidente diplomado no campo político é o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), para o Ministério do Turismo.

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