Vítima de uma picada de escorpião, o pequeno Thomas Caitano Ribeiro, de 2 anos, segue internado no Hospital Brasília, em Águas Claras. Até o fechamento desta edição, o quadro de saúde dele ainda era grave e com risco de vida. Segundo a família, Thomas tem precisado de transfusão de sangue.
Os familiares pedem para quem puder, doar sangue ao garoto, do tipo sanguíneo A+. Nesta época do ano, os estoques já estão mais baixos. Interessados podem procurar o Hemocentro São Lucas, localizado no SHIS, QI 15 do Lago Sul, no Centro Médico Brasília. Telefone (61) 3248-7272/ (61) 99558-5673. Basta levar um documento com foto e realizar a doação em nome de Thomas Caitano Ribeiro. Toda doação é bem-vinda para salvar outras vidas.
O acidente
Thomas foi picado enquanto dormia em casa na madrugada do último domingo (1), em Arniqueira. O veneno do escorpião comprometeu o funcionamento de vários órgãos e outras funções do corpo também foram afetadas. O menino deu entrada no Hospital Regional de Taguatinga em estado grave, mas precisou ser transferido porque a UTI estava interditada por conta das chuvas. Após o incidente, a Vigilância Ambiental foi até a casa e encontrou outro escorpião.
Thomas ao iniciar o tratamento de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO), o quadro de saúde apresentou melhora na função cardíaca. Segundo a mãe dele, Adriana Caitano, o garoto precisou passar por uma hemodiálise na madrugada desta quarta-feira (4). “Isso fez com que melhorasse as funções dos rins, que estavam muito sobrecarregados”, disse Adriana.
A mãe de Thomas comunicou que os pulmões dele, que estavam encharcados na internação, estão limpos. Mas o foco de atenção dos médicos é o fígado, que piorou. “Por aqui tem sido uma hora de cada vez, muitas emoções, mas também muita fé, […] A recuperação pode ser lenta e gradual, por dias, semanas, meses. Não vai ser de uma hora pra outra, então temos que ter paciência e continuar rezando muito”, contou Adriana.
Alto número de ocorrências
Os números de ocorrências por picadas de escorpiões aumentaram no Distrito Federal no último ano. De acordo com a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), foram registrados 2.187 acidentes por escorpião na capital em 2022. Em 2021, foram notificados 2.019 acidentes. Já em 2023, até o segundo dia do ano, 8 casos já foram notificados.
Todo escorpião é venenoso. Eles estão na classe dos aracnídeos, predominantes em zonas tropicais e subtropicais, onde há maior temperatura e umidade. No Distrito Federal, as espécies mais comuns são o Tityus serrulatus, conhecido como escorpião amarelo, o Tityus fasciolatus, de patas rajadas e o Bothriurus araguayae, que é preto. Eles vivem entre dois a seis anos e não há inseticida que mate o animal.
A picada de um escorpião pode causar dor intensa, sensação de ardência ou agulhadas e inflamação no local. Em casos mais graves, pode causar náuseas, vômito, aumento da frequência cardíaca, sudorese, enjoos, dificuldade para respirar e queda de pressão. O veneno do animal pode levar a óbito.
“Temos que evitar acumular materiais que sirvam de abrigo ou esconderijo. Restos de materiais de construção, entulho, madeira acumulada ou mato alto. Vale a pena utilizar barreiras físicas que impeçam o acesso do escorpião, como telas nos ralos e janelas, rolos de vedação nas portas e em frestas nas paredes”, explica o biólogo da Vigilância Ambiental da SES-DF.
Em caso de picada, é importante lavar o local com água e sabão e se dirigir ao hospital. Quando possível, ligue para a Vigilância Sanitária, para que os técnicos visitem e façam a inspeção do local. A Vigilância Ambiental deve ser acionada em caso de surgimento de escorpiões, aranhas, lagartas e lacraias pelos números 160 e 2017-1344 ou pelo e-mail gevapac.dival@gmail.
Busque um hospital público
O soro compatível para picadas envolvendo animais peçonhentos é disponibilizado apenas na rede pública de saúde. Em caso de acidentes, o paciente deve procurar o mais urgente possível a emergência para o atendimento. No DF, os moradores podem procurar os hospitais regionais da Asa Norte, Brazlândia, Ceilândia, Paranoá, Guará, Taguatinga, Gama, Santa Maria, Sobradinho, Planaltina e o Hospital Materno Infantil (HMIB), na Asa Sul.
Veja a lista de hospitais e os atendimentos disponíveis:
Hospital Regional da Asa Norte: Fonêutrico, Loxoscélico, Botrópico, Laquético, Crotálico, Elapídico, Lonômico, Escorpiônico;
Hospital Regional Brazlândia: Botrópico, Laquético, Crotálico, Elapídico, Escorpiônico;
Hospital Regional Ceilândia: Fonêutrico, Loxoscélico, Botrópico, Laquético, Crotálico, Escorpiônico;
Hospital da Região Leste (Paranoá): Botrópico, Laquético, Crotálico, Elapídico, Escorpiônico;
Hospital Regional Planaltina: Fonêutrico, Loxoscélico, Botrópico, Laquético, Crotálico, Escorpiônico;
Hospital Regional de Santa Maria: Fonêutrico, Loxoscélico, Botrópico, Laquético, Crotálico, Elapídico, Escorpiônico;
Hospital Regional Sobradinho: Fonêutrico, Loxoscélico, Botrópico, Laquético, Crotálico, Escorpiônico;
Hospital Regional Taguatinga: Fonêutrico, Loxoscélico, Botrópico, Laquético, Crotálico, Escorpiônico;
Hospital Regional Guará: Escorpiônico;
Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) : Escorpiônico.