A Força Aérea Brasileira (FAB) prorrogou nesta segunda-feira (13) a liberação dos corredores aéreos para a saída voluntária dos garimpeiros que ocupam ilegalmente a Terra Indígena Yanomami. O prazo, que havia terminado na última segunda-feira (6), agora vai até 6 de maio.
A liberação do espaço aéreo é uma tentativa de manter a saída ordenada dos garimpeiros ilegais. Eles têm contratado voos privados que chegam a custar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. Também estão autorizadas as navegações de barcos pelos rios da região, desde que estejam sem carga.
Antes disso, o governo federal havia determinado o controle rigoroso do espaço aéreo na área indígena, como forma de combater o garimpo ilegal e impedir que alimentos e equipamentos chegassem aos garimpeiros.
A Terra Indígena Yanomami, a maior do Brasil em extensão territorial, tem uma população de 30,5 mil indígenas, sendo pelo menos 5.600 crianças com menos de cinco anos. Desde 20 de janeiro, a área está sob estado de emergência em saúde pública de importância nacional, após relatos de casos graves de desnutrição e desidratação dos indígenas.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que oito de cada dez crianças indígenas com menos de cinco anos na Terra Yanomami sofrem de desnutrição. O garimpo ilegal e a ausência de medicamentos e políticas de saúde agravam a situação da comunidade, localizada no meio da floresta amazônica.
Segundo dados divulgados pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em 2020, foi registrada a morte de mais de 700 crianças em terras indígenas pelo país, na maioria por doenças e desnutrição.