Com as chuvas atípicas que, vez ou outra, refrescam a seca do Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES-DF) chama a atenção dos brasilienses para o combate ao Aedes aegypti. Isso porque um ovo do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela consegue ficar até 400 dias sem contato com a água, só aguardando as primeiras gotas para romper.
Para auxiliar no combate, servidores da pasta buscam espalhar armadilhas de captura de ovos, sem o uso de inseticidas químicos. Chamada de “Ovitrampas”, a ferramenta é uma mistura de água limpa, larvicida e levedo de cerveja. Colocada em pontos estratégicos da capital, ela reduz efetivamente a proliferação do mosquito e reúne informações sobre a distribuição e a densidade dos focos do Aedes pelas regiões administrativas.
As armadilhas são deixadas na casa de moradores que estão no referenciamento geográfico da SES-DF e simulam um ambiente perfeito para a procriação do mosquito. Um recipiente é preenchido com água, que fica parada, atraindo o mosquito. Nele, os pesquisadores inserem uma palheta de madeira para facilitar o depósito de ovos pela fêmea do Aedes. Cada ‘Ovitrampa” atinge um raio de 200 metros e em média contém até 300 ovos. “É uma tecnologia de sucesso, pois são vários mosquitos a menos circulando em nosso território, uma vez que impede que os ovos eclodam”, explica o agente de vigilância ambiental da SES-DF João Bosco.
A dengue escondida na seca
Apesar de o DF indicar um cenário contrário ao resto do país, que já ultrapassou a marca de um milhão de casos prováveis de dengue e 635 óbitos confirmados, segundo dados do Ministério da Saúde, os cuidados contra o mosquito devem ser constantes e ir além das armadilhas e da época chuvosa.
A recomendação é que, ainda que na seca, cada morador retire das áreas externas objetos que podem acumular água – latas, garrafas, pneus, potes, brinquedos etc. Atenção redobrada também com vasos de plantas, onde deve ser colocada areia até a borda; com as calhas, que devem ser mantidas desobstruídas; e com as caixas-d’água, que precisam estar tampadas. O objetivo é evitar que os recipientes sejam usados como depósitos pelo mosquito fêmea.
“A chuva atípica chamou a nossa atenção para uma série de cuidados que precisam ser mantidos no período seco. Muitas vezes, as pessoas se descuidam por não estar potencialmente criando um depósito. Só que o ovo do mosquito é muito resistente. Pode ficar mais de um ano ali sem ter contato com água até ter uma chuva”, revela o diretor da Vigilância Ambiental (Dival) da SES-DF, Jadir Costa Filho.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença. Porém, idosos e portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações fatais.
Os principais sintomas da dengue são:
- Febre alta – maior do que 38°C
- Dor no corpo e articulações
- Dor atrás dos olhos
- Mal-estar
- Falta de apetite
- Dor de cabeça
- Manchas vermelhas pelo corpo