O calor só aumenta no Distrito Federal. O dia mais quente de 2023, no DF, foi registrado nesta quarta (20), no Gama, com os termômetros marcando 35ºC, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A umidade na região administrativa ficou em 13%. Na terça-feira (19), a temperatura já havia chegado a 34,5ºC.
De acordo com informações do INMET, o DF está em alerta laranja para baixa umidade relativa do ar e para altas temperaturas, tendo registrado nos últimos dias temperaturas 5ºC acima da média prevista para o mês de setembro. O aviso do INMET dura até domingo (24), mas os meteorologistas acreditam que as altas temperaturas podem seguir para a próxima semana.
A previsão para o restante da semana fica assim em Brasília: quinta-feira (21), sexta-feira (22) e sábado (23) podem marcar temperatura máxima de 32ºC, com umidade mínima de 20%, com intensidade do evento entre fraco e moderado. O domingo (24) deve atingir 33ºC, com umidade mínima de 15%, com vento fraco e moderado. Mas o INMET alerta que o Gama ainda pode marcar os 36ºC até o fim da semana.
O especialista do INMET, Cleber Souza, explicou que o país está sob o domínio do fenômeno El Niño, que altera a distribuição da temperatura da superfície do Oceano Pacífico e falou sobre a possibilidade de estender o alerta para o DF. “A atuação desse fenômeno favorece esse episódio de temperaturas mais elevadas. Estamos sofrendo com uma massa de ar seca e quente, atuando como um bloqueio para a formação de nuvens e, consequentemente, de chuvas, e intensificando a incidência de radiação solar. Por isso, estamos observando a possibilidade de estender esse alerta para a semana que vem. A expectativa é que tenhamos uma próxima semana ainda mais quente, com temperaturas acima de 35ºC”, comenta Cleber Souza.
O aviso do INMET, para a chegada da onda de calor, foi emitido para praticamente todo o Brasil ao longo deste semana, mas entre as regiões do Centro-Oeste é uma das mais afetadas. Quem está sentindo esse calor de perto (e até mais) é a balconista de padaria, Maria de Fátima: “Para sobreviver a esse calor estou tomando bastante água, bem geladinha de preferência, protetor solar e vamos se virando. Um picolé aqui outro ali e vamos indo. Já está bom de calor, quero um friozinho, uma chuvinha que vai ficar bom. Nesses dias de calor estou me sentindo mais cansada, com os lábios e nariz mais ressecados. No nariz tenho que colocar soro o tempo todo. O momento mais quente do dia pra mim [Maria] é quando estou ali perto do forno, a noite é mais tranquila porque coloco um ventilador, uma toalha molhada ou ligo o umidificador.
Outro brasiliense que está sentindo de perto o calor, e dentro do seu carro diariamente é o motorista de aplicativo, William Abraão: “O calor é bem desgastante, essa semana eu vim trabalhar mais pela necessidade, por está precisando de dinheiro para pagar alguns boletos. Nessa época muito quente eu [William] prefiro trabalhar mais a noite porque a temperatura cai, e fica melhor para fazer o transporte dos passageiros. Mas realmente é bem difícil lidar com o calor. Por mais que eu [William] traga a minha garrafinha com água gelada, rapidamente a água esquenta e fica complicado para fazer os percursos.”
A Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do Distrito Federal recomenda que durante o calor intenso e a baixa umidade a população “utilize roupas leves e não faça refeições pesadas, mantendo uma boa hidratação. Além disso, é aconselhado umedecer com frequência a região dos olhos e das narinas”. O tenente-coronel Ricardo Costa Ulhoa, coordenador de Planejamento, Monitoramento e Controle, não propõe a prática esportiva ao ar livre entre 10h e 16h. “Esse horário é característico das maiores temperaturas, por isso não é recomendado fazer exercícios no período. O ideal é sempre utilizar hidratantes, protetor solar e labial durante a prática esportiva e no próprio dia a dia”.