O feriado de Finados é uma data relevante também para os comerciantes de flores, velas e água, sendo o principal dia do ano para realizar as vendas em frente aos cemitérios. “É nesse dia que as famílias sempre vêm em grande número”, afirmou Marli Bispo, 57, que trabalha há 30 anos vendendo os produtos na porta do Campo da Esperança da Asa Sul.
Durante o período, ela destaca que houve muita mudança de público e de faturamento, principalmente. Antes, conforme contou, o rendimento passava de 80% com a quantidade de pessoas e o preço ainda amigável dos fornecedores, o que garantia uma margem de lucro maior. Entretanto, Marli afirma que o público caiu e os preços das flores com os fornecedores aumentou.
Apesar da clientela querer um preço menor pelos produtos, ela diz que os valores das flores que vende se mantêm os mesmos há quatro anos na barraca onde fica. “Seguramos o preço, então a margem de lucro fica curta. Eles [fornecedores] têm os custos deles, nós temos os nossos, e tudo isso gera custos para nós”, disse.
Mesmo com a dificuldade, Marli disse que ainda consegue faturar de 30% a 40% a mais que o habitual em dias comuns. Neste ano, ela destaca que o movimento de pessoas foi bem maior que o do ano passado, mostrando que a pandemia foi superada de maneira completa.
A procura por flores e velas é igual pelos consumidores. Segundo outra comerciante do local, Divanice Magalhães, 47. A flor crisântemo é o carro-chefe das vendas, mas saem muitas rosas também. Ela vai ao local apenas no feriado de Finados há pelo menos 20 anos para conseguir uma renda maior no comércio de flores que tem.
“O valor, desde São Paulo, chega bem mais alto para nós e às vezes nem conseguimos passar para os clientes. Mas nos esforçamos bastante e conseguimos vender quase tudo – sempre peço uma quantia razoável”, destacou. Para ela, o dia garante um rendimento maior entre 70% e 80%.
O dia quente, de 29,7°C, e a sensação abafada com algumas nuvens no local garantiu também maior venda de água para os comerciantes. “O Sol facilita para vendermos bastante água”, pontuou Marina Teles, que há 16 anos ajuda os familiares a garantir uma renda extra no Dia de Finados. “Sai mais de 200 garrafas de água facilmente”, continuou.
“Nos anos que chove é mais difícil vender também, mas quando está desse jeito [quente e abafado], é muito bom para as vendas. O tempo seco de Brasília também requer muita hidratação, então as pessoas não economizam na hora de comprar água, o que facilita nosso comércio”, finalizou.
Milhares de visitantes
Os cemitérios do Distrito Federal receberam milhares de visitantes neste Dia de Finados (2). De acordo com a estimativa da Secretaria de Justiça (Sejus), a expectativa era que 600 mil pessoas fossem aos seis Campos da Esperança espalhados pelo DF (Asa Sul, Taguatinga, Gama, Brazlândia, Planaltina e Sobradinho).