Um dos cartões-postais de Brasília, recebeu a 8a edição do casamento comunitário. Em 2023, foram contemplados 51 casais. O projeto é de iniciativa da Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus DF).Entre 2020 e 2022, a Secretaria de Justiça e Cidadania já beneficiou 264 casais nas sete edições anteriores.
Aconteceram cinco etapas até o momento do sim. Primeiro a inscrição, análise de documentação, divulgação do resultado, e a participação no encontro preparatório e cerimônia de casamento. Além disso, os casais também puderam participar de um ensaio da cerimônia, no Museu da República.
Na cerimônia de 2023, havia um momento para cada casal assinar os documentos e dar seu sim. Uma dupla do Corpo de Bombeiros Militar do DF, composta por um violeiro e um saxofonista, performou o hino nacional e o hino de Brasília, na abertura do casamento comunitário. Foram pré-selecionados 79 casais. Os requisitos para a inscrição e seleção, incluíam: residir no DF; ser hipossuficiente; apresentar toda documentação prevista no edital; ter idade mínima de 18 anos e não ter impedimento legal para se casar, nos termos do artigo 1.521 do Código Civil.
Casar sempre foi o sonho da operadora de supermercado Thalita de Lima, 26, e Marley do Nascimento, 26, autônomo. O casal está junto há 12 anos. Foi através de um evento em Ceilândia, que Marley descobriu sobre o projeto do casamento comunitário. “Meu colega já falou: vai ter casamento, você vai casar, vamos lá na tua casa pegar as coisas”. Eles estavam procurando há muito tempo uma maneira de se casarem, mas nunca dava certo. “E aí veio essa oportunidade do casamento comunitário, e foi aquela correria”.
Marley acredita que é uma oportunidade grande a de se casar no Pontão do Lago. “Não é em qualquer lugar, nós fomos privilegiados esse ano”. Thalita estava com o coração a mil para o grande momento, e nem conseguiu dormir na noite anterior. No meio de toda a agitação do dia, Marley só tinha atenção para a sua noiva, e dedicava a preocupação para garantir que ela estivesse impecável para o grande momento. “Todo dia ele é atencioso comigo desse jeito”. Ela descreve que antes de tudo, ele foi seu melhor amigo, foi seu primeiro namorado. “Então até hoje estamos juntos. Chegou a oportunidade e a gente está casando agora”, finaliza.
Juntos há dez anos, Paula Odnesia Gomes-Porfírio, 45 anos, diarista e Rinalldy César Piero, contam que no final, deu certo realizar esse sonho, apesar das dificuldades que enfrentaram para chegar até aqui. “A gente ficou na dúvida se ia dar certo, se ia ser chamado, enfim, né? Mas graças a Deus deu tudo certo”, comentou, Paula. Para ela tudo estava maravilhoso, perfeito. “O dia de princesa também, tudo perfeito”. Já Rinalldy estava ansioso. “Tudo é novidade, mesmo com dez anos juntos”. Os dois já tem filhos de outros relacionamentos, e agora, esperam aproveitar a maturidade juntos.
Patrícia Nery, 37, enfermeira e Pedro Nery, servidor público, estão vivendo a segunda chance no amor. Patrica considera que a história deles dois juntos seja testemunho muito grande de superação. “A gente se conheceu com o nosso tema: eu cuido de você e você cuida de mim. E tem um ano e quatro meses que estamos juntos”.
Ela explica que surgiu a oportunidade do casamento, e que os dois são cristãos. “Quando ele entrou na minha casa, tocou aquela música: Uma nova história na mente e no coração”. Eles dois passaram por muita decepção com os antigos relacionamentos, e agora vão ter a chance de se casar pela primeira vez. “Nós inclusive vamos celebrar o casamento, com uma cerimônia na igreja ainda esse mês”, afirmou Patrícia. “Nunca casei, eu nunca tive nem vontade, antes. Mas agora, entre eu e ele foi amor à primeira vista”.
A secretária da pasta, Marcela Passamani, considera esse um dia emocionante. Esse foi o primeiro casamento comunitário realizado no Pontão do Lago. “E Imaginar que nós teríamos 51 casais na oitava edição do casamento comunitário casando no Pontão. Um lugar mais icônico, mais deslumbrante para fazer fotos dos noivas”. Patrícia afirma que a Sejus se dedicou muito para que esse momento, o momento do sim mais importante desses 50 casais, ocorresse.
Ela apontou que essa é uma garantia de direitos. “A gente está regulamentando a situação, seja de algumas pessoas que já estão juntas há muito tempo, pessoas que têm essa vontade de iniciar a sua vida”, frisa. Para ela, isso é cidadania, mostrar que todo mundo é igual desde o ponto de partida. “Eu encontrei algumas pessoa que falou: nossa, eu já trabalhei com uma pessoa que tirou fotos aqui. E eu falei assim, todos nós somos iguais e hoje o seu dia é o seu dia de princesa”.
O projeto foi feito através de parcerias, e as noivas tiveram um dia de princesa com direito a maquiagem, em que ganharam vestidos e tudo o que mereciam. Elas se arrumaram no Senac. Os noivos, também ganharam os ternos, e um lugar para se arrumarem. Os vestidos, as flores, a maquiagem, foi tudo parceria, sem gasto público, como frisou a secretaria.
O projeto conta com apoio da Caesb, e ainda, da Defensoria Pública do DF, com um mutirão feito para agilizar a atualização de mais de 70 certidões de nascimento.