De olho na presidência da COP30, que será realizada em Belém, o Brasil propôs na COP28, conferência do clima da ONU que acontece em Dubai até o próximo dia 12, que o Painel Intergovernamental de Mudança do Clima da ONU (o IPCC, na sigla em inglês) produza um novo relatório sobre a responsabilidade histórica de cada país sobre os gases-estufa.
A ideia é que o documento destaque quanto cada nação é culpada pelos gases lançados na atmosfera desde a Revolução Industrial até os dias atuais.
A proposta consta no último rascunho do balanço global (principal documento em negociação na conferência), que foi divulgado nesta sexta-feira (8).
A ideia é que os países usem o novo relatório como base para revisar suas metas climáticas, que devem ser apresentadas em 2025. O processo de revisão das metas será conduzido pelo Brasil, que presidirá a COP30 em Belém, daqui a dois anos.
Se for acolhida, a ideia de tornar as metas climáticas nacionais proporcionais às responsabilidades que cada país tem sobre a crise climática é, idealmente, o que pode preencher a lacuna entre as metas atuais e o compromisso necessário para conter o aquecimento global.
Entretanto, o Brasil espera encontrar resistência dos maiores emissores, principalmente do bloco desenvolvido.
Além da proporcionalidade às emissões históricas, o Brasil defende que as novas metas climáticas também devem se alinhar ao objetivo de conter o aquecimento global em torno de 1,5°C -um compromisso maior do que o assinado no Acordo de Paris, quando os países concordaram com uma janela de contenção do aquecimento de 1,5°C até 2°C.
A repórter Ana Carolina Amaral viajou a convite de Avaaz, Instituto Arapyaú e Internews.