A Espanha é o terceiro lugar mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos e da Itália. O país tem cerca de 218 mil casos confirmados e, aproximadamente, 25 mil mortos. Após 48 dias de quarentena, a nação decidiu relaxar o isolamento social e liberar o ir e vir dos cidadãos espanhóis.
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“Parece que, enfim, as coisas estão melhorando aos poucos”, afirma Ana Maria Garcia Gil. A estudante de 21 anos conta que a administração do país tem noticiado o que é necessário para ajudar os habitantes e como está a situação da economia espanhola. “Por meio de entrevistas coletivas, o governo tem informado insistentemente as pessoas a respeito das novas medidas sociais e de higiene, bem como dos problemas econômicos”, diz Ana Maria.
Mesmo com o grande número de mortos e contaminados, a Espanha vem traçando planos robustos para reabrir a economia aos poucos. De acordo com a revista VEJA, neste sábado (2), os moradores das principais cidades do país puderam sair de suas casas, em horários específicos, para fazer caminhadas e exercícios ao ar livre.
Das 6h às 10h, todos que quisessem poderia se exercitar nos parques ou avenidas dos municípios. A partir das 10h, foi a vez dos idosos, que tiveram duas horas disponíveis para sair de casa.
Essa é uma das medidas impostas pelo primeiro-ministro Pedro Sanchéz que está trabalhando para diminuir aos poucos o isolamento social. Entretanto, se o relaxamento imposto pelo governo aumentar a quantidade de infectados, a quarentena forçada tende a retornar.
Rotina na Espanha
Ana Maria relata a mudança repentina no seu dia a dia. “Por enquanto, não consigo sair de casa normalmente, a não ser para passear com meu cachorro por alguns minutos e para comprar itens essenciais, como comida e remédios”, explica.
Com o isolamento social, a universitária decidiu voltar para a casa dos pais, para não ficar sozinha em sua residência. “Eu morava em Valência e, agora, estou com minha família em Vinaròs. É ruim, porque sigo pagando o aluguel de um apartamento que não estou usando e não sei quando o governo me permitirá ir até lá recolher minhas coisas.”
A estudante também está preocupada com a faculdade. Ana está prestes a finalizar o curso de relações internacionais, mas não sabe como o curso será ministrado nessa reta final. “No momento, não sei se poderei retornar às aulas. Como é meu último ano de universidade, tenho dúvidas de como eles irão me avaliar e se conseguirei entregar minha tese em pessoa”.
Além de se adaptar às restrições da quarentena, Ana e sua família precisaram se adequar à nova vida dentro de casa. “Minha mãe está em home office, eu e minha irmã estamos fazendo aulas a distância, e meu pai tem um ‘trabalho essencial’, então continua atuando normalmente”, diz.
A estudante conta que, apesar de tudo, o isolamento trouxe coisas positivas para a vida dela. “Estou muito mais concentrada na minha tese e tenho feito mais esportes”, afirma.