A capela São Geraldo, o segundo templo mais antigo do Distrito Federal – o primeiro é a igreja São Sebastião, em Planaltina – está sendo reformada numa parceria entre o Governo do Distrito Federal, a Paróquia Santa Maria dos Pobres e a Mitra Arquidiocesana de Brasília. Localizada dentro do Parque Vivencial do Paranoá, o espaço está ganhando reforço nas estruturas, além da reforma dos sistemas hidráulico e elétrico, troca do piso e nova cobertura.
A obra está sendo conduzida por uma verdadeira força-tarefa. Entre os órgãos do GDF envolvidos, estão as secretarias de Economia e de Cultura; o Brasília Ambiental (Ibram); a Companhia Energética de Brasília (CEB); a Polícia Militar; além da Administração Regional do Paranoá. A Igreja Católica também colabora com a doação de todo o material de construção. A previsão é concluir os serviços em 60 dias.
Considerada patrimônio histórico e cultural do DF desde 1993, nem mesmo a imponente distinção foi suficiente para impedir a ação de vândalos que, com depredações e pichações, destruíram boa parte das instalações da capela, fechadas há mais de uma década.
“Eu, como filho da cidade, tenho muito orgulho desse patrimônio. É um lugar que mexe com o íntimo dos moradores locais, trazendo boas recordações para todos. A nossa intenção é que as famílias possam voltar a frequentar o local”, afirma o administrador do Paranoá, Sergio Damasceno.
O secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, expressa a sua felicidade em acompanhar todas as ações do GDF na proteção do Patrimônio Histórico e Cultural de Brasília, abandonado há muitos anos.
“O Estado está com uma política de patrimônio que perpassa várias pastas e caminha para o restauro e a proteção. A igreja de São Geraldo tem um significado especial para a população de Paranoá e do DF. A de ser um marco histórico e testemunho da fase pioneira da construção de Brasília”,
Alegria de volta
A comunidade está ansiosa para que a capela volte logo a abrigar as missas de domingo. Durante 34 anos sendo a única igreja do Paranoá, a São Geraldo é parte da história dos moradores. A dona de casa Carmelita Barbosa Brito recorda que, aos domingos, a missa era o compromisso mais importante do dia.
“O chão era de cimento vermelho e sempre estava enceradinho, ficava brilhando, mas tudo era bem limpo mesmo, muito bem cuidado. Quem cuidava da igreja era a dona Rita, dona Maria e o seu João. A gente tinha um enorme prazer e alegria de frequentar lá”, recorda dona Carmelita.
Lélia Brito, a filha de dona Carmelita, hoje com 40 anos, puxa a memória para tentar buscar os sinais inconfundíveis do passado cheio de bênçãos. Na lembrança da assistente de pessoal, ficou o tempo de criança em que ia para a igreja São Geraldo, de mãos dadas com a família. “Lembro que a minha mãe levava a gente todos os domingos para a missa”.
by: CAMILA CASTRO