O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) denuncia a não realização de testes para a Covid-19 em profissionais de saúde que trabalham no Hospital de Base, em Brasília. Nesta quinta-feira (4), o Coren fez uma vistoria no hospital.
De acordo com o Coren-DF, a testagem dos servidores é obrigatória e deve ser realizada a cada 15 dias – a medida está prevista na Lei Distrital n.º 6.554/20. O Hospital de Base é referência para o atendimento durante a pandemia do novo coronavírus.
O presidente do conselho, Marcos Wesley, explica que a testagem de todos os profissionais de saúde é necessária para “reduzir as chances de contaminação da equipe”.
“Assim como ocorre em outras instituições públicas do DF, o Hospital de Base está testando apenas os profissionais que apresentam sintomas.”
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) — que administra o hospital – informou que não foi notificado sobre a fiscalização do Coren. Em nota, afirmou que “está realizando uma série de ações desde o início da pandemia para capacitar e proteger os colaboradores” (veja íntegra da nota mais abaixo).
Segundo a Gerência de Enfermagem do hospital, mais de 40 profissionais já foram afastados por confirmação ou suspeita de contaminação desde o início da pandemia.
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O Conselho Regional de Enfermagem diz ainda que pacientes com suspeita de Covid-19, que chegam para confirmar o diagnóstico, ficam internados na Sala Vermelha até sair o resultado do exame. Segundo o Coren, “esse resultado leva de 3 a 4 dias para sair”.
A fiscalização aponta também que a equipe de enfermagem atende as pessoas usando apenas roupa privativa, touca e máscara cirúrgica. O conselho aponta que as máscaras do tipo N95 estão sendo usadas por até 30 dias e o capote só está sendo usado em procedimentos invasivos.
De acordo com o conselho, no pronto socorro do Hospital de Base, a enfermeira e a técnica em enfermagem estavam usando somente máscara cirúrgica. “Não há delimitação de espaço entre elas e os pacientes, e as cadeiras estavam muito próximas”, diz Marcos Wesley.
A Procuradoria-Geral do Coren-DF encaminhou o relatório da fiscalização para a Secretaria de Saúde do Distrito Federal e para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), com pedido de providências.
O que diz o Iges-DF
“O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) informa que não foi notificado sobre a fiscalização mencionada.
No entanto, destaca que está realizando uma série de ações desde o início da pandemia para capacitar e proteger os colaboradores. Luvas, capotes, protetores faciais, álcool gel e macacões estão sendo distribuídos frequentemente para garantir a proteção dos profissionais, conforme os protocolos da lei de biossegurança.
Outras ações são a testagem dos colaboradores, afastamento imediato dos profissionais que testam positivo e restrição da quantidade de pessoas nos refeitórios e repousos usados pelos profissionais.
Na área física, em todas as unidades do IGESDF houve modificação dos fluxos de acordo com os cenários avaliados diariamente.
Também, foram feitas instalações de salas de paramentação e desparamentação e adequações, bem como isolamento das áreas onde há o atendimento de casos de covid-19 para evitar a contaminação. O IGESDF também tem realizado assistência psicológica e do serviço social aos colaboradores.
Além disso, os protocolos são revisados constantemente e modificados de acordo com o cenário da covid-19. O IGESDF atua aumentando ainda mais o monitoramento e reforçando a desinfecção em todos os ambientes, principalmente, nas unidades onde há maior número de casos confirmados da doença.”