Escolas do DF vão monitorar casos de Covid-19 em tempo real

Para garantir o retorno seguro às aulas 100% presenciais nas escolas públicas do Distrito Federal, no próximo dia 3 de novembro, a Secretaria de Saúde do DF lançou, nesta sexta-feira (29), o sistema Monitora Escola. A plataforma vai acompanhar em tempo real os casos de Covid-19 nas instituições de ensino da rede pública. Além disso, o Governo do Distrito Federal apresentou um plano detalhado com todos os protocolos sanitários que deverão ser cumpridos por mais de 460 mil alunos e profissionais da educação.

O novo sistema da Secretaria de Saúde vai permitir controlar eventuais casos de Covid-19, analisando indicadores de contágio e contatos próximos aos casos confirmados. Esses dados serão lançados na plataforma por dois funcionários em cada escola e acompanhados pelos diretores das instituições. As Unidades Básicas de Saúde também terão acesso aos registros e ficarão responsáveis por encaminhar o aluno ou profissional para atendimento.

“Pretendemos monitorar em tempo real como se estivéssemos fazendo um rastreio de contato”, explicou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero. “Isso permitirá tomar decisões no menor espaço possível para que um simples surto não se transforme em processo epidemico”, destacou.

De janeiro até 15 de outubro deste ano já foram notificados 1.756 casos de Covid-19 nas escolas, sendo 790 estudantes e 453 professores. Outros 513 profissionais da rede pública também se infectaram.

Retorno seguro

Durante coletiva, a Secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, e o Secretário de Saúde, Manoel Pafiadache, garantiram que o retorno às aulas é seguro. “Vamos fazer de tudo para que essa volta não tenha retrocesso”, avisou Pafiadache.

Para isso, o GDF apresentou um plano detalhado com os protocolos sanitários que devem ser seguidos, como o uso obrigatório de máscaras durante todo o turno de 4 horas, inclusive na hora do recreio, e a aferição de temperatura na entrada da escola. Se houver casos sintomáticos, a Secretaria de Saúde ficará responsável por ofertar a testagem para confirmar ou descartar o diagnóstico.

Retomada total 

Uma nova portaria, editada nesta sexta-feira (29) pelas secretarias de Saúde e de Educação, confirmou a retomada das aulas presenciais com 100% da capacidade das turmas. O ensino remoto vai continuar somente para alunos e profissionais que estiverem em isolamento por conta do contágio pela Covid-19 ou que forem do grupo de risco e apresentarem laudo médico.

“Todos os professores vão retornar, incluindo aqueles com comorbidades que já tomaram as duas doses de vacinas”, avisou Manoel Pafiadache. Não queremos perder ninguém, mas a criança tem que ter o direito constitucional garantido”, prosseguiu o Secretário de Saúde.

Ele ainda assegurou que os professores que não receberam a segunda dose vão ter a imunização garantida para completar o esquema vacinal e retornar às escolas com segurança. Aqueles que se recusaram a vacinar também devem retornar às atividades presenciais.

Vale reforçar que o ensino remoto só estará disponível para estudantes e profissionais da educação em isolamento ou quarentena, após contato com alguma pessoa diagnosticada com Covid-19. Também serão permitidas aulas a distância para alunos com laudo médico, comprovando comorbidades. Para os demais, o regresso é obrigatório.

Sindicato é contra

O Sindicato de Professores do DF (Sinpro-DF) é contra a volta total das aulas presenciais e quer que a aplicação da dose de reforço da vacina para os profissionais seja antecipada por conta do retorno às salas de aula, marcado para o dia 3 de novembro.

Nesta semana, o governador Ibaneis Rocha (MDB) já havia iformado que está aguardando orientação do Ministério da Saúde para implementar a D3 para os professores.

Ao contrário do Sinpro-DF, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) se manifestou favorável ao retorno presencial nas escolas, diante dos prejuízos do ensino remoto aos estudantes. No DF, as aulas presenciais estão suspensas na rede pública do DF desde março de 2020. Somente em julho, as atividades recomeçaram a distância. O modelo híbrido só veio neste ano, após a vacinação dos profissionais da educação.

Atualmente, apenas os estudantes que são maiores de 12 anos podem se imunizar contra a Covid-19. Eles começaram a se vacinar em agosto deste ano. A partir da inclusão do grupo no Plano Nacional de Vacinação, 77,73% dos jovens de 12 a 17 tomaram a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech.  Mas apenas 3,03% receberam a segunda dose e estão com a imunização completa.

 

by: LUCAS SANTANA

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