Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) mudou protocolos e passou a aceitar doação de sangue de homens LGBTs. Até então, possíveis doadores que tivessem feito sexo com outros homens nos últimos 12 meses não eram considerados aptos.
Segundo o Hemocentro, a partir de agora, “homens gays com vida sexual ativa poderão doar sangue e serão submetidos à triagem clínica”. Entre os novos procedimentos, a fundação foi obrigada a retirar do questionário a pergunta voltada para a sexualidade desse grupo.
A decisão do STF é do dia 8 de maio. À época, a maioria dos ministros decidiu que normas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que limitam a doação de sangue para homossexuais são inconstitucionais.
O relator do processo, o ministro Edson Fachin, afirmou que as normas geravam uma “discriminação injustificada” e ofendiam o princípio da dignidade da pessoa humana e da igualdade perante outros doadores.
“Orientação sexual não contamina ninguém. O preconceito, sim.”
Já no início de junho, um mês após a decisão, entidades LGBT+ protocolaram reclamações no Supremo alegando que a agência, mesmo após a votação do tribunal, expediu ofício orientando hemocentros de todo o Brasil a não aceitar esse tipo de doação. A Anvisa negou a situação e afirmou que adotava providências para promover, “de forma inequívoca e responsável, o cumprimento da decisão”.
Como doar
O Hemocentro fica no Setor Médico Hospitalar Norte, próximo ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Os interessados podem agendar a doação por meio do telefone 160, opção 2, ou pelo 0800 644 0160. Para doar sangue, é necessário:
- Ter entre 16 e 69 anos de idade
- Pesar mais de 51 kg
- Estar saudável
O candidato não pode estar em jejum. Deve comparecer ao local bem alimentado, mas evitando alimentos gordurosos, leite e derivados pelo menos 3 horas antes da coleta de sangue.
Além disso, é fundamental manter-se hidratado e não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores ao procedimento.