O governador Ibaneis Rocha (MDB) entrou com uma ação na Justiça contra a extremista Sara Giromini após ser chamado de “bandido” em um vídeo gravado por ela e publicado nas redes sociais (veja detalhes abaixo). O pedido foi aberto na última terça-feira (30) e requer uma indenização de R$ 50 mil, por danos morais.
No documento, a defesa do governador cita que “não se deve confundir liberdade de expressão com irresponsabilidade de afirmação” e destaca que a atitude da extremista “não é isolada”.
“A publicação promove o tão criticado discurso de ódio, agressão verbal e pensamentos que, em momento posterior, podem levar à violência.”
A advogada Renata Cristina Tavares, que representa Sara, afirmou que a ré ainda não foi notificada e que a defesa só deve se pronunciar após ter acesso ao processo.
Sara é investigada em um inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de arrecadar recursos para atos antidemocráticos. Ela ficou presa temporariamente de 15 a 24 de junho, e desde então, é monitorada por tornozeleira eletrônica (saiba mais abaixo).
Questionada pela reportagem sobre o paradeiro da extremista, a defesa informou que “todos os endereços ligados à Sara estão atualizados na Justiça” e que “ela está sendo monitorada pela Polícia Federal” via tornozeleira.
Reação
O vídeo foi publicado nas redes sociais em 14 de junho, um dia após Ibaneis decretar o fechamento da Esplanada. A medida ocorreu após manifestantes soltarem fogos contra o STF. À época, eles se referiram ao ato como “um recado” aos Três Poderes. O protesto foi realizado no mesmo dia em que acampamentos dos grupos extremistas foram desmobilizados em operação do GDF.
Na gravação, Sara diz, “Eu, pelo menos, e todo mundo aqui [no acampamento], concordamos que Ibaneis é um puta de um bandido e o STF é uma ditadura comunista”.
A publicação também critica a prisão de Renan Sena, ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, autuado por injúria contra autoridades do Judiciário, Legislativo, além do governador Ibaneis, em vídeo no qual também repercute decreto de fechamento da Esplanada.
Renan também foi alvo de queixa-crime registrada por Ibaneis. Ele também é investigado como um dos integrantes do ato contra o STF.
Investigações
Sara Giromini é apontada como chefe de um grupo de extrema-direita que apoia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em manifestações, o grupo defende medidas antidemocráticas e inconstitucionais, como o fechamento do Congresso Nacional e do STF.
A extremista também é investigada em outro inquérito, que apura a produção e a disseminação de fake news e ataques ao Supremo.
No fim de maio, quando foi alvo de uma ação da Polícia Federal nesse inquérito, ela gravou um vídeo com insultos ao ministro relator Alexandre de Moraes. Ela foi denunciada pelo Ministério Público Federal por injúria e ameaça contra o ministro.