A 11 dias do primeiro turno das eleições, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) começou a lacração das 6.748 urnas eletrônicas que serão usadas no Distrito Federal. A partir desta quarta-feira (21), as mídias e cartões de memória serão inseridos nos equipamentos, que depois são selados com lacres assinados pelos juízes eleitorais. “Nós queremos, aqui no DF, eleições transparentes, seguras e pacíficas”, disse o desembargador Roberval Belinati, presidente do TRE. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o prazo de início para a carga e lacre das urnas se dá a 20 dias do pleito. Com isso, todas as urnas devem estar prontas até o dia da eleição, 2 de outubro.
Durante o processo, são transferidos dos cartões de memória às urnas os dados dos votantes de cada seção eleitoral e também dos candidatos e os cargos para os quais concorrem na disputa. No final, é gerado um número de verificação. Cada equipamento corresponde a uma seção eleitoral específica.
Em seguida, as informações registradas em cada urna são repassadas ao sistema de totalização da Justiça Eleitoral. Com isso, o sistema tem uma previsão dos dados que devem ser gerados pela urna no dia da votação, possibilitando a conferência.
Depois desta etapa, os equipamentos são testados e é feita uma auditoria em uma amostra com 3% das urnas. As urnas lacradas serão encaminhadas a outros três galpões intermediários, com escolta da Polícia Militar.
A Secretaria de Segurança traçou 41 rotas para a distribuição das urnas eletrônicas. Neste ano, serão usados modelos novos, de 2020, com tela sensível ao toque e biometria, e também modelos antigos, utilizados entre 2010 e 2018.
O corregedor do TRE, Mário-Zam Belmiro Rosa, afirmou que a Justiça Eleitoral organizou uma comissão de auditoria para atestar os resultados. “Queremos a participação da imprensa, do povo, para que não tenha nenhuma chance de suspeita quanto ao resultado. Aqueles que são nevoeiros vão ficar decepcionados porque as eleições no DF são realizadas com muito cuidado”.
A Justiça Eleitoral deve preparar cerca de mil urnas por dia até a próxima quarta-feira (28). Para reforçar a segurança do procedimento, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos partidos políticos acompanharam a cerimônia, que é pública. A lacração só deve terminar em 28 de setembro.
Observadores eleitorais também acompanharam o evento. No DF, três voluntários da Transparência Eleitoral Brasil estiveram no galpão para verificar a preparação das urnas e instalação dos softwares. “Portanto, temos um grande avanço no sistema eleitoral brasileiro neste ano com as Missões de Observação Eleitoral Nacional porque elas garantem o acompanhamento imparcial, neutro e independente”, ressaltou Ana Claudia Santano, coordenadora da ONG.
A urna, que não tem conexão com a internet, é carregada com os dados de uma seção eleitoral específica. Essas informações estão armazenadas no cartão de memória inserido no equipamento, assim como o sistema operacional. No final da instalação, é gerado um código verificador. “Esse número é como se fosse o CPF dessa urna, só existe um”, explica o secretário de tecnologia do TRE, Andrey Bernardes.
Depois que a urna recebe os dados, o cartão de memória é removido e inserido em um computador, que está conectado ao sistema de totalização dos votos, que computará os resultados. Então, o código verificador de cada urna é registrado, assim como as informações que foram carregadas nela.
“O sistema totalizador vai aguardar no dia da eleição que o resultado da seção seja feito por aquela urna, que tem que ser da tabela de correspondência dela”, detalha Bernardes.
Na quinta e na sexta-feira da próxima semana, às vésperas do pleito eleitoral, as urnas serão encaminhadas dos galpões intermediários para os 609 locais de votação espalhados por 21 zonas eleitorais no DF. No sábado (1º), as urnas são montadas para registrar os votos no domingo (2). Cerca de 6.000 PMs foram deslocados apenas para a escolta das urnas.
Neste ano, 2.203.045 eleitores estão aptos a participar das eleições na capital federal. Desse total, 54,1% são mulheres. O número é 5,7% maior do que o registrado no pleito de 2018.