Chacina do DF: Crime foi motivado por venda de chácara

A venda de um lote em que residiam uma das vítimas e dois dos suspeitos, teria sido a principal motivação para a maior chacina do Distrito Federal. De acordo com as investigações, o massacre teria como principal objetivo eliminar os herdeiros de Marcos Antônio Lopes, de 54 anos, o sogro da cabeleireira Elizamar.

O mentor da chacina, Gideon Batista de Menezes, de 55 anos, e Horácio Carlos, de 49 anos, foram os primeiros a serem presos. Os dois moravam no mesmo lote em que residiam Marcos Antônio e a esposa dele, Renata Belchior, de 52 anos, e a filha do casal, Gabriela Belchior, de 25 anos, sogra e cunhada respectivamente de Elizamar. Localizada em um condomínio do Itapoã, a chácara que os três compartilhavam, logo seria vendida por Marcos. Sem a aprovação dos dois suspeitos, logo que tomaram conhecimento da negociação, Gideon e Horácio se incomodaram com a venda.

O sogro de Elizamar acumula passagens pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por furto e roubo, em sua maioria. Com cerca de 12 registros desde 1995, em uma de suas passagens, Marcos cumpriu uma das penas no Complexo Penitenciário da Papuda, onde teria conhecido o vizinho e mentor do crime, Gideon.

Após tomar conhecimento da venda da chácara, Gideon se juntou a Horácio e arquitetou um plano macabro. Juntos, os dois contrataram Fabrício Silva Canhedo, 34 anos, Carlomam dos Santos, 26 anos, e Carlos Henrique Alves da Silva, 27 anos.

A princípio o plano era sequestrar todas as 10 pessoas. Em depoimento à polícia, os acusados disseram que o objetivo era atrair todos os possíveis herdeiros de Marcos, que também era um alvo. A primeira vítima a ser sequestrada e assassinada foi Marcos. O sogro de Elizamar morreu após levar um tiro na nuca. Os criminosos degolaram Marcos, esquartejaram o corpo e enterraram no quintal de uma casa alugada por Horácio, na Vale do Sol, em Planaltina. Renata, Gabriela, a ex- mulher de Marcos, Cláudia Regina, de 55 anos, e a filha do casal Ana Beatriz, de 19 anos, foram mantidas em cárcere na mesma casa.

Durante o cárcere, as mulheres foram amordaçadas, amarradas e vendadas. Segundo as investigações, elas teriam sido obrigadas a passar dados bancários, como senha de cartões para os criminosos. Investigadores da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) encontraram oito cartões de crédito e débito, talão de cheque, documentos pessoais, bem como uma caderneta de anotações com informações financeiras das vítimas, no cativeiro.

Elizamar e os três filhos foram atraídos até a chácara dos sogros dela, na noite do dia 12 de janeiro. Ao chegar no local, a cabeleireira e os três filhos foram rendidos e assassinados pelos criminosos. Na manhã do dia seguinte o carro da empresária foi encontrado carbonizado, em Cristalina (GO).

Ainda de acordo com o depoimento dos envolvidos presos, enquanto Elizamar e os filhos estavam sendo mortos, o marido da empresária e filho de Marcos, Thiago Belchior, 30 anos, já estava no cativeiro. Renata e Gabriela foram asfixiadas até a morte e levadas de carro até uma estrada de Unaí (GO), onde Gideon ateou fogo no veículo.

Os corpos de Thiago, Cláudia e Ana foram encontrados na noite da última segunda-feira (23), em uma fossa. Os últimos a serem assassinados, os três foram transportados, vendados, amarrados, e amordaçados, até o Núcleo Rural Santos Dumont, onde morreram após serem esfaqueados por Gideon, Horácio e Carlomam.

Inicialmente os primeiros suspeitos presos, chegaram a dizer à polícia que o crime teria sido encomendado por Thiago e pelo pai, Marcos, hipótese que logo foi descartada pelos investigadores. Os cinco acusados vão responder por associação criminosa e extorsão mediante sequestro com resultado morte.

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