O boletim Elas Vivem: dados que não se calam, lançado pela Rede de Observatórios da Segurança, registrou 2.423 casos de violência contra a mulher em 2022, e 495 deles foram feminicídios. São Paulo e Rio de Janeiro têm os números mais preocupantes.
Com os números, os governos podem criar políticas públicas para evitar essas violências e preservar vidas. Esta foi a terceira edição da pesquisa na Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro. Maranhão e Piauí foram monitorados pela primeira vez.
A maior parte dos registros nos sete estados tem como autor da violência companheiros e ex-companheiros das vítimas. São eles os responsáveis por 75% dos casos de feminicídio. As principais motivações são brigas e términos de relacionamento.
Na Bahia foi apresentado um aumento de 58% de casos de violência, com ao menos um caso por dia, e liderando os casos de feminicídios (91) no Nordeste. Quando se trata de agressões e tentativas de feminicídio, Maranhão aparece em segundo na região, mas quando o assunto é violência contra a mulher, Pernambuco toma o posto.
Ainda no Nordeste, o Ceará deixou de liderar nos números de transfeminicídios, mas teve alta nos casos de violência sexual. Já o Piauí registrou 48 casos de feminicídios.
No Sudeste, a situação fica ainda pior. São Paulo registrou 898 casos de violência, sendo um a cada 10 horas, enquanto o Rio de Janeiro teve uma alta de 45% de casos: uma mulher foi vítima de violência a cada 17 horas. Além disso os casos de violência sexual praticamente dobraram, passando de 39 para 75.
A violência contra mulher é o terceiro indicador de violência mais registrado pela Rede de Observatórios. Atrás apenas de eventos com armas de fogo e ações policiais – que tradicionalmente ocupam o noticiário policial.
O Pará passou a ser monitorado em janeiro deste ano, e por isso ainda não possui dados que possam ser apresentados no relatório.