A Companhia Energética de Brasília (CEB) planeja até 2026 uma capital totalmente iluminada, com luzes em LED em todos os pontos públicos do Distrito Federal, além da criação de uma usina fotovoltaica, projetada para ser a maior da região Centro-Oeste.
Na próxima segunda-feira (4), a CEB Iluminação Pública assinará contrato de concessão de 30 anos com o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio das Secretarias de Obras e Infraestrutura e de Planejamento e Administração, para modernizar todo o sistema de iluminação pública da capital com LED.
Após a assinatura, a Companhia planeja começar as obras já no início de 2024, com objetivo de substituir 100% das lâmpadas por LED em até três anos. Atualmente, o DF conta com 300 mil pontos de luz e atende mais de 3 milhões de habitantes, em uma área de 5.760 km². O projeto surge em um momento primordial e vem para melhorar a qualidade da iluminação pública. A troca das lâmpadas proporcionam economia, melhora na iluminação, durabilidade, segurança e benefícios para o meio ambiente.
“A lâmpada de LED tem a característica de ser muito mais clara, tendo uma maior reprodução dos objetos que estão à sua volta. Com o LED, teremos as vias mais iluminadas, o que gera mais proteção para o motorista, pedestre e ciclista. A qualidade na iluminação pode até reduzir o índice de violência, sendo uma delas contra as mulheres”, destacou o presidente da CEB, Edison Garcia.
Alguns pontos do DF já contam com iluminação em LED, mas o contrato de concessão com o GDF, acionista controlador da CEB, visa trazer mais celeridade para o projeto. Desde 2019, a Companhia já investiu cerca de R$ 90 milhões na troca de mais de 100 mil luminárias tradicionais de vapor de sódio (amarelas) por LED.
Nos três primeiros anos, a Companhia investirá, através de recursos da Contribuição de Iluminação Pública (CIP), cerca de R$ 300 milhões, o que equivale a 100% dos investimentos no projeto. Ainda em 2024, a CEB planeja substituir 120 mil lâmpadas tradicionais por LED, e até 2026 o número sobe para 300 mil. Durante o contrato de concessão, de 30 anos, novas trocas serão feitas a cada dez anos (período de vida do LED), totalizando três ciclos de substituição.
Garcia destacou que o LED vem sendo um pedido constante da população do DF: “Nós temos visto uma demanda enorme hoje. O maior índice de ouvidoria que tem no GDF atualmente é pedido de LED, sendo essa a maior demanda da população hoje no Distrito Federal. É só olhar a ouvidoria do GDF, das administrações regionais e da CEB que vocês vão ver a comunidade pedindo iluminação de LED nas via públicas”, destaca.
Usina fotovoltaica
Um outro projeto de destaque da CEB é a criação de uma usina fotovoltaica com duas bases no DF. Uma delas está prevista para ser criada em parceria com a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), na área do rodeador em Brazlândia, com objetivo de gerar energia para a Secretaria de Comunicação Social (Secom), Palácio do Planalto e órgãos e prédios do Governo Federal.
A outra base da usina poderá surgir de uma parceria com a Terracap, em uma área da Agência no Catetinho. Com essa base, a CEB planeja gerar energia para os prédios e empresas do GDF, além de vender energia limpa para outros estados. Atualmente, ocorre o processo inverso: em muitos casos, o DF precisa buscar energia nas usinas hidrelétricas de Itaipu e Furnas.
O presidente da CEB falou sobre a mudança que a usina fotovoltaica causará no DF:
“O Distrito Federal não tem alternativa de outra fonte de geração de energia. Nós não temos vento e nem rios com capacidade de uma usina hidrelétrica. Estamos propondo a criação da usina fotovoltaica também porque o Brasil precisa de mudanças na sua matriz energética. O DF e essas áreas [da EBC e Terracap], têm um grande potencial de contribuição para geração de energia limpa”, afirmou.
Segundo Garcia, o projeto está para ser deliberado pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), sob coordenação do Ministério do Planejamento e Orçamento, em âmbito federal, no dia 7 de dezembro. Caso aprovado, serão investidos cerca de 94 milhões de euros nesta usina, que deve ser entregue em até dois anos.
Prêmios
Em entrevista, Garcia relembrou a jornada da CEB desde 2019, quando assumiu a presidência em um momento de crise, e afirmou que agora a Companhia está no caminho certo.
“Nós conseguimos, ao longo desses anos, construir uma empresa estável, perene, lucrativa e que cumpre em 100% a sua função social para qual foi criada, que é a geração de energia para o Distrito Federal, e se manter sem precisar de recursos do cidadão através de recurso do Tesouro do DF”.
Por conta do seu grande desempenho financeiro, com foco em itens como receita, lucro, aporte e consistência histórica, a CEB foi a vencedora, na semana passada, do prêmio Estadão Empresas Mais, nas categorias Centro-Oeste e Nacional. A Companhia foi agraciada com o primeiro lugar, em um ranking de 100 empresas, como a de maior Coeficiente de Impacto Estadão/FIA (CIE).
O prêmio leva em consideração empresas que se destacaram no âmbito do desempenho financeiro, sendo realizado pelo Estadão, FIA e Austin Rating.
“Esse prêmio foi muito importante para a empresa porque veio coroar exatamente o trabalho que nós começamos em janeiro de 2019. Foi uma estratégia bastante ousada, muito difícil, mas que mostra como foi correta e de sucesso a decisão que foi tomada de reestruturar o grupo CEB”, pontuou Garcia.
SAIBA MAIS
- Com a reestruturação, a principal atuação da CEB está ligada à atividade do setor elétrico, com a geração de energia. A Companhia gerencia, atualmente, a Unidade Geradora do Lago Paranoá e conta com participação nas usinas de Lajeado, Corumbá III, Corumbá IV e Queimados.
- Além de ser responsável pela geração de energia do DF, a CEB também tem como ramo de atuação a responsabilidade pela iluminação pública da capital.
- Com a chegada da Neoenergia em Brasília, a CEB deixa de distribuir energia para as residências. Sendo assim, é função, atualmente, da Neoenergia o papel de distribuir energia para as casas, indústrias, comércios e prédios.
- “A energia que a Neoenergia entrega para a unidade consumidora, para o cidadão brasiliense, é produzida pela CEB, através das suas empresas e das suas usinas”, explicou Garcia.