Capivaras e peixes exóticos são animais que costumam atrair a atenção dos frequentadores do Lago Paranoá, em Brasília. No entanto, na manhã desta sexta-feira (28), uma lontra roubou a cena.
O animal semiaquático dificilmente chega próximo de seres humanos. Mas a lontra surpreendeu o atleta de canoa havaiana, Rafael Cunha Covacevick, que treinava, por volta das 6h, perto da Península dos Ministros.
“A gente viu essa movimentação diferente na água e, como a canoa é silenciosa, conseguimos chegar perto. Ela tava de boa comendo os peixinhos”, conta Rafael.
De frente com o bicho
Rafael conta que treina diariamente no lago, há anos. Mas esta foi a primeira vez que viu uma lontra.
“A gente tá na natureza e estamos sujeitos a isso, encontrar animais. É o nosso comportamento que vai dizer como o animal vai responder”, diz o atleta.
O biólogo Thiago Silvestre, do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), explica que é raro encontrar uma lontra. “São animais discretos, e sempre procuram distância do seres humanos”, aponta.
O mamífero semiaquático, parente da irara e da ariranha, tem hábitos solitários e é arisco. Silvestre diz que ela dificilmente se mostra ao homem e que, quando acuada, pode atacar.
“Independentemente de encontrar uma lontra, uma capivara, ou qualquer outro animal no Lago Paranoá, a melhor atitude é guardar distância”, diz o biólogo.
A lontra é ativa tanto dentro quanto fora da água. Em terra, ela se reproduz, encontra abrigo – que são conhecidos como toca –, descansa e cuida dos filhotes.
Mas é na água que o animal encontra sua principal fonte de alimento: os peixes e crustáceos. No entanto, ela também pode se alimentar de pequenos mamíferos, répteis e até aves.
O mamífero semiaquático é considerado um excelente nadador e mergulhador por causa das membranas que têm nas patas, adaptadas ao ambiente aquático. “É mais ágil dentro d’água do que fora”, dizem os biólogos.