Como Ju Massaoka foi de quase demissão a queridinha de Ana Maria Braga no Mais Você

A repórter Ju Massaoka, 33, está acostumada a tirar Ana Maria Braga, 73, da zona de conforto. É ela a responsável pelas gargalhadas que a apresentadora dá enquanto faz dancinhas ou tenta executar desafios que estão bombando na internet no quadro Feed da Ana, do Mais Você (Globo). Porém, por pouco tudo isso não aconteceu.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Ju revela que já havia decidido pedir demissão da emissora e mudar de país. Só que os rumos da vida dela foram completamente alterados após ela receber uma oportunidade de aparecer no vídeo.

“Em 2019, eu estava tentando migrar da área de tecnologia, onde trabalhava, para a produção dos programas da casa. Fiz processos seletivos e nunca deu certo. Decidi que queria encerrar a carreira na Globo. Me casaria no início do ano seguinte, e meu marido é do Canadá. Só que meu chefe na época pediu para eu segurar o desligamento”, relembra. Pouco depois, veio a pandemia.

Com isso, todas as fronteiras do Brasil para os países da América do Norte foram fechadas. Era março de 2020 e ninguém sabia quanto tempo a proliferação de um vírus até então meio desconhecido iria durar. O Mais Você saiu do ar por tempo indeterminado, dada a importância de colocar na programação um programa que tentasse elucidar o que acontecia no país e no mundo.

Recém-casada (a cerimônia foi em fevereiro daquele ano), Ju não conseguia curtir o início da nova fase e começou a ter de lidar com a distância do marido. “Teve crise no meu casamento, pois ficamos um ano e oito meses sem nos ver. Depois de tanto tempo, demos uma ‘estranhada’ quando nos encontramos, o reencontro foi esquisito, tivemos que partir para uma terapia de casal online. No fim, decidimos continuar firmes, pois o sentimento ainda existia. Foi uma montanha-russa”, desabafa.

Em paralelo a esse turbilhão de coisas na vida pessoal, a produção do programa matutino continuava a fazer reuniões e pautas, mesmo sem saber quando e se voltaria ao ar, e foi em uma delas que tudo começou a mudar para a jornalista com o sonho de virar repórter.

Meses depois, o Mais Você se tornava um quadro nos 15 minutos finais do Encontro, então com apresentação de Fátima Bernardes. Em uma das edições, Ju acabou por ir para a frente do vídeo em uma primeira reportagem especial sobre a situação que ela mesma vivia: pessoas que não conseguiam ver quem queriam por causa do coronavírus.

“Deu uma baita audiência, e o que era para ser uma despedida virou um início. Viram que eu me dava bem na tela e quiseram que eu falasse sobre atualidades da internet durante um minuto com a Ana Maria ao vivo. Por conta da minha relação com ela, o que era para ser 60 segundos virou dois blocos. Foi então que minha vida mudou e eu decidi ficar na Globo”, conta.

Hoje, três anos depois, Ju Massaoka é uma das poucas pessoas que conseguem “trocar a chavinha” de Ana Maria e fazê-la se divertir como criança durante o quadro. Apesar de haver um roteiro de vídeos que elas devem chamar e comentar no ar, há também muito improviso. Ao vivo, ambas já dançaram “Envolver” com direito ao passo dançado no chão, fizeram guerra de bolinhas e apostaram corrida no estúdio.

“Acho legal ela se permitir ao meu lado, fazer coisas que não se espera pelo porte dela. Quando eu era pequena, em Curitiba (PR), uma das oportunidades de me divertir era quando minha avó assista comigo as charadinhas da Ana e do Louro no Note e Anote (Record, 1993-1999). Olha as voltas que a vida dá”, comemora.

LIPEDEMA
A fama construída por Ju Massaoka fez com que a repórter do Mais Você, que nunca teve medo de se expor, usasse essa característica fora dos holofotes. Diagnosticada com lipedema, uma condição na qual ocorre o acúmulo localizado de gordura, principalmente nas pernas e tornozelos, ela decidiu mostrar o corpo nas redes sociais e alertar outras pessoas sobre as causas e consequências disso.

“Resolvi compartilhar depois que vi que minhas redes ganharam um alcance maior. Sempre tive plano de saúde, vou a todos os médicos que posso e nunca havia ouvido sobre essa condição que causa dor crônica e cansaço. Quis alertar. Já fiz dietas malucas e tive problemas de autoimagem, e agora me aceito mais”, diz.

A iniciativa teve um retorno bastante positivo. “Muitas meninas me escrevem, pois descobriram comigo o que tinham. É como se saísse um peso das costas. Tenho construído uma rede de apoio”, conclui.

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